Identificação de menores

O provedor do DN, José Carlos Abrantes, escreve sobre a identificação, directa ou indirectamente, das crianças vitímas de abuxos sexuais. No dia 5 de Janeiro, o DN publica uma notícia sobre a bebé de Viseu agredida pelos pais, onde divulga o nome da criança.

O provedor pede esclarecimentos ao editor da Sociedade que entre várias justificações diz o seguinte:

"Tenho para mim que a utilização de nomes fictícios num texto é um empobrecimento jornalístico a que o repórter deve, por regra, resistir sempre. O nome é parte significativa da identidade de alguém, uma peça fundamental da construção do 'eu', da qual só se deve abdicar em último caso. Esta história é uma gigantesca tragédia que nos interpela e nos leva a reflectir sobre os limites do ser humano. A história da bebé de Viseu poderia ser escrita com as mesmas palavras, mas nunca seria a mesma coisa. Muito sinceramente, caro provedor, não me parece que exista uma boa resposta para este dilema."

Penso que o nome não é um factor assim tão relevante para a notícia. Caso o nome da menor não tivesse sido divulgado isso afectava de algum modo os factos?! Nem seuqre é necessário usar um nome falso para construir a notícia. Simplesmente não se identifica.

O que acontece é que a maioria (senão todos) os órgãos de comunicação social violam este principio. Em practicamente todos os casos divulgados publicamente a criança tem um nome, isto quando não tem um rosto.